Viajar é investimento?
2019-01-21Vamos falar de coisas boas? O post de hoje traz uma pergunta bem interessante do Lucas Cerqueira. De forma bem objetiva pergunta o seguinte: “Viajar é investimento?” Olha que pergunta.
Lucas, para você e para todas as pessoas que me perguntam se viajar é um bom investimento, se fazer uma cirurgia plástica é um bom investimento, se comprar uma boa roupa de grife é um bom investimento, um carro importado, um bom restaurante, uma boa joia, será que tudo isso é um bom investimento?
Numa primeira resposta eu diria que tudo isso é um bom consumo, na verdade. O dinheiro que você gasta com a realização de um sonho, na verdade, é um dinheiro que está sendo consumido. Na verdade, o que a gente tem é uma boa desculpa para dizer que o dinheiro está sendo bem utilizado. Porém, se você me segue no Instagram, nas minhas redes, tem acompanhado as viagens que faço em família, você deve entender que, puxa, essas viagens têm muito valor.
Será que não pode ser entendida como um investimento eu deixar de guardar um dinheiro para a minha aposentadoria, eu deixar de guardar dinheiro
para uma pós-graduação e fazer uma viagem sensacional? Vamos lá.
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O que é importante na sua vida?
Na verdade, o que você trata, o que a maioria das pessoas trata, na verdade, como um consumo, pode se transformar em um investimento, dependendo da utilidade, dependendo da intensidade que você aproveita aquele consumo. Um automóvel que você compra para, além de passear com a família no final de semana, fazer renda durante a semana transportando pessoas por aplicativo, por exemplo, é um investimento porque você vai ter ganhos em cima do custo que você teve.
Vamos dizer que você tenha um trabalho que envolva imagem pessoal, você é um youtuber, você é um modelo, você trabalha com televisão, com eventos, comprar uma roupa pode ser um investimento, uma roupa que muitas pessoas considerariam como um custo, você vai entender como investimento porque a sua imagem vai trazer um feedback mais positivo do seu contratante, vai permitir que você seja contratado(a) mais vezes.
Quando se fala de viagens é pouco provável que as pessoas imaginem uma viagem como um investimento que traga renda, a não ser que você tenha um blog de viagens, que você faça algum tipo de projeto que possa ser patrocinado, uma viagem não traz um retorno imediato.
Porém, se você entender que uma viagem pode ter uma construção na sua carreira, se você tem o sonho de conhecer a Europa, por exemplo, às vezes de fazer um pacote turístico, um mochilão de trem pela Europa, você destina algum dinheiro para fazer uma viagem de intercâmbio, um aprendizado de idioma, aprendizado de algum conteúdo na sua área de conhecimento, sua área profissional, se além desse aprendizado você adquire uma bagagem cultural, você certamente voltará de uma viagem dessa muito mais maduro(a) do que foi.
Uma reflexão básica que a gente faz com qualquer estudante, ou qualquer pessoa que está se desenvolvendo na carreira que queira aprender idiomas, é entender o intercâmbio, por exemplo, como oportunidade de você ganhar tempo no aprendizado.
Você poderia gastar meses aprendendo sobre o idioma estrangeiro, mas você vai passar um mês, talvez, num outro país, e a continha que qualquer professor de idiomas faz é que um mês no intercâmbio num país qualquer, não importa se para aprender inglês, espanhol, mandarim, italiano, um mês naquele país equivale a, pelo menos, um semestre de aprendizado no seu país, daquele mesmo idioma.
Então, uma viagem pode ser, sim, entendida como investimento. Eu, por exemplo, quando penso nas férias que vou ter com meus filhos, com a minha família, eu já começo, meses antes, a entender que tipo de aprendizado que as crianças podem ter, um aprendizado que vai marcar a vida deles, um aprendizado que tenha a ver com o que estão aprendendo na escola.
Por exemplo, uma viagem recente que eu fiz em família, foi para a Europa, para o Reino Unido, porque meus filhos começaram a falar sobre aprendizado das aulas de história, que tinha muita coisa sobre o Egito Antigo, sobre a Mesopotâmia. “Mas, não seria bom viajar para o Egito?”
Não. As relíquias dessas civilizações estão nos museus da Inglaterra, então seria uma oportunidade de aprendizado interessante. Foi uma viagem esculpida, lapidada, para que houvesse um grande aprendizado. Se você, independentemente da área em que você atua, pensa que: “Puxa, eu faço engenharia.” Terra da engenharia é a Alemanha. “Eu faço design.” A terra do design é a Itália.
Eu estou pensando em inovação, vou para o Vale do Silício. Estou pensando em, de repente, tecnologia de ponta, nano tecnologia, vou para o Japão. Se você conciliar uma viagem de férias com algum tipo de aprendizado, alguma visita técnica, você vai, certamente, estar agregando ao seu currículo, não apenas ao seu conhecimento. Essa viagem vai ser um investimento. Agora, eu acho muito importante entender que num planejamento ao longo da vida você tem que ter um certo equilíbrio nas suas prioridades.
Se há necessidade, se há oportunidade de poupar para algo que seja um investimento, como uma viagem, você não pode negligenciar, formar, antes,
uma reserva de emergências, porque aquela viagem pode não acontecer diante de algum tipo de imprevisto que você não tenha como lidar e aí você destrói tanto o sonho da viagem, quanto o seu momento presente, o seu equilíbrio, a sua carreira, porque não soube lidar com imprevistos.
Então, uma reserva de emergências vem antes do planejamento de viagem. Você não pode negligenciar o seu futuro, a construção da sua aposentadoria, mas no seu planejamento você pode entender que, talvez, a aposentadoria, com a evolução normal da carreira, como você tem hoje, não faria tanto sentido, e que talvez seja o caso de pensar num período sabático, numa viagem de aprendizado, uma viagem espiritual, algum tipo de inflexão no seu planejamento para que você tenha um futuro melhor.
Nesse sentido, eu acho que uma viagem muito bem pensada pode ser, sim, tratada até como uma parte do seu plano para a aposentadoria. É uma questão de você conversar com você mesmo(a), praticar o autoconhecimento, descobrir o que é importante para você e não cair na armadilha de entender que um consumo, tipo, gosto de viajar, pode substituir um investimento na construção de um sonho.
Equilibre suas escolhas, que escolhas bem decididas, bem planejadas certamente vão agregar muito valor à sua vida e é isso que eu quero dizer quando eu falo que enriquecer é uma questão de escolha. Você escolhe aquilo que te leva para um caminho de maior aproveitamento, de maior enriquecimento, de maior crescimento, e uma viagem, certamente, pode fazer parte desse tipo de projeto.
Sucesso, portanto, em suas escolhas e que muitas delas incluam boas viagens.